terça-feira, 22 de novembro de 2011

Poesia Pública e Gratuita - Por 10% do PIB na Educação Pública


       De 6 novembro a 6 de dezembro, em todo o país, será realizado um plebiscito popular nacional que abordará a questão do financiamento da Educação Pública no Brasil. O plebiscito faz parte da "Campanha nacional pelo investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na Educação Pública, já!". 
      No Piauí, a consulta à população terá duas perguntas. A primeira é a nacional, comum a todos os estados brasileiros: "Você é a favor do investimento de 10% do PIB na Educação Pública, já?". A outra questão diz respeito à Universidade Estadual do Piauí: "Você é a favor do investimento de 5% do orçamento estadual na Uespi, já?" O resultado da votação será encaminhado ao Congresso Nacional, Assembleia Legislativa e governos federal e estadual.



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sábado, 19 de novembro de 2011

A Gota D’agua só caiu agora?




Eu me pergunto: a Gota D’agua só caiu agora? Nessa ultima semana, um movimento chamado GOTA D”AGUA [http://movimentogotadagua.com.br/] ganhou as redes sócias, expondo rostos bem conhecidos do público televiso brasileiro. O nome, bem sugestivo, parece dar a entender que alguma atitude recente conseguiu mostrar que Belo Monte não representa desenvolvimento para o Brasil, como se tudo o que esta acontecendo ao longo do Rio Xingu fosse algo REPENTINO.
Mas não é camaradas, a gota d’agua já caiu há muito tempo. Não é de hoje que o governo vem atacando os povos originários do Xingu e o meio ambiente amazônico. Isso fica bem perceptível quando vemos que milhares de brasileiros gretaram "Não a Belo Monte", e ainda assim as obras foram autorizadas e ate iniciaram. Movimentos Sociais, índios e povos atingidos estão organizados contra Belo Monte e em defesa do Rio Xingu.
Mas a Gota D'gua caiu ainda antes disso. Desde a década de 90, com a reforma do Estado, quando o Brasil passa a ter a PRIVATIZAÇÃO como base do novo estado que estava sendo reformado, essas políticas vêm sendo implantadas, tendo como desculpa o tal Desenvolvimento. O resultado: a precarização da condição de vida dos brasileiros.
Quando o PT assume o governo, no inicio dos anos 2000, inicia-se a pensar em uma nova política de “crescimento” (ênfase nas aspas) do país. Essa política é concretizada no final do mandato de Lula e potencializada no Governo Dilma, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Esse programa tem como objetivo principal dotar o país de infra-estrutura para animar as grandes empresas privadas do Brasil e fora dele.  
Ou seja, o governo se utiliza de obras “públicas” (mais ênfase nas aspas) para sustentar esses empreendimentos privados. Assim é Belo Monte, assim são várias obras Brasil a fora. Aqui no Piauí, por exemplo, estão construindo 5 barragens ao longo do Rio Parnaíba, rio mais importante do estado, para beneficiar empresas com a Suzano e a Vale, que estão se estalando aqui.
A lógica é simples: a Suzano ira implantar indústrias no estado, mas para isso precisa de água e energia, mas não há de onde tirar. O que o governo faz? O possível e o impossível, o pensável e o irresponsável para garantir essa energia, as barragens foram a saída encontrada. O pode parecer um absurdo (e é) está expresso em um documento da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí, chamado Plano Estadual de Recursos Hídricos, que explica qual barragem beneficiará cada empresa, exposto com nome e sobrenome.
Por fim, o Movimento Gota D’agua, apesar de algumas criticas, também cumpre um papel nesse processo, fez e faz parte dele, não podemos negar. Só acho um pouco incoerente apontar a necessidade de mobilização sem referir-se aos movimentos que há muito tempo estão organizados e mobilizados em defesa do Rio Xingu. Ao contrario disso, os Movimentos que há muito tempo estavam indo aos ruas, ocupando canteiros de obras, indo ao enfrentamento direto contra o governo e lutando em defesa Xingu é que citaram esse novo movimento que surgiu, quando deveria ser o oposto.
Índios, povos originários e movimentos sociais gritam há tanto tempo “Pare Belo Monte”, e parecem que nunca são ouvidos. Mas basta meias dúzia de artistas globais entrarem em cena, pra uma multidão de pessoas ouvirem essas questões. Infelizmente isso ainda é de praxe. Mas se estamos na luta, continuemos em defesa do Xingu.

Xingu Vivo! Vivo para Sempre!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Campanha em Defesa das TERRAS, das ÁGUAS e dos POVOS do Piauí



“Quando os problemas se tornam absurdos, os desafios se tornam apaixonantes”.

Dom Helder Câmara.




Você sabia que as terras públicas do Piauí estão sendo vendidas a preços muito baixos ao invés de serem regularizadas para quem nelas mora e trabalha? Que a área de desmatamento e plantio de eucalipto da Suzano Celulose, depois de concluída a implantação, será do tamanho do Estado do Sergipe? Que o Piauí hoje é o quarto Estado brasileiro em número de requerimentos solicitados para pesquisa mineral, ficando atrás apenas da Bahia, Minas Gerais e Goiás? Que esse número é mais de 10 vezes maior do que os pedidos registrados até 2004? Que a energia que será produzida pelas 05 hidrelétricas tem destino certo: os projetos do agronegócio? Que o Piauí entrou na rota da transnordestina para atender aos reclamos das mineradoras por transporte de minérios sem beneficiar no Estado? Que os empregos gerados pelos vários projetos para o Estado do Piauí são trabalhos pesados, descartados pelos profissionais considerados qualificados pelo mercado? Tudo isso e muito mais fazem parte da mudança de identidade do Estado do Piauí de pobre para Estado do Desenvolvimento.
Nessa busca de mudança de identidade o governo do Estado teve um papel importante, buscou gerar informações sobre as riquezas ambientais do Piauí: cobertura vegetal, minérios, água e terras em quantidade e em qualidade como atrativo para empresas do agronegócio e para a inclusão do Estado no Programa de Aceleração do crescimento - PAC. Assim nasceu o novo mapa de minérios em 2009, que atraiu empresários e infra-estrutura através de obras do PAC numa declarada intencionalidade de garantir a implantação e manutenção dos projetos privados.


Projetos de infra-estrutura
- Os de energia – carvão e elétrica;
- Aproveitamentos hidrelétricos através de barragens – cinco no rio Parnaíba;
- Rodovias – a transcerrado;
- Ferrovia - a transnordestina;
- Terras - venda de terras públicas como regularização fundiária.

Projetos privados
Monocultura – soja, cana-de-açúcar, cacau dentre outros;
Celulose – plantio de eucalipto;
Mineração – níquel, ferro, opala, diamante, vermiculita, dentre outros.

Projetos públicos e privados formam uma cadeia só. Cada um traz suas consequências, mas é necessário analisar o conjunto para se avaliar os impactos. Dentre os revelados ao governo através dos estudos ambientais estão: deslocamento compulsório de comunidades rurais, redução de territórios tradicionais (quilombolas e indígenas); inundação de terras no Piauí e no Maranhão; inutilização de áreas férteis, inacessibilidade de áreas antes usadas para o pasto de rebanhos caprinos e bovinos da região; perda de rodovia asfaltada; perda de identidade cultural local; desaparecimento de grande contingente de espécies da fauna local; danos ao patrimônio cultural da região, dentre outros.

Na busca do Estado do desenvolvimento, alguns problemas já estão sendo observado  como as terras públicas vendidas aos projetos privados, violando as posses tradicionais e de trabalhadores (as) rurais já existentes; processos autoritários de deslocamento compulsório sem as devidas indenizações; desapropriações com laudos contraditórios e não condizentes com a realidade e com valores subdimensionados, posseiros não indenizados; ampliação da área desmatada; carvoarias mantidas com vegetação nativa; não identificação das populações que serão atingidas pelas barragens; não reconhecimento da identidade quilombola de comunidades que serão atingidas; desparecimento de fauna e flora ainda não pesquisadas e clima de tensão e medo entre populações rurais que se encontram atacadas por um lado pelos projetos privados e por outro pelos projetos públicos que servem de infra-estrutura aos privados; ameaça á lideranças comunitárias, sindicais e religiosas.

Esta realidade nos convoca a construir a Campanha em defesa das terras, das águas e dos povos do Piauí. Uma campanha dos movimentos sociais; da sociedade civil, dos povos piauienses de modo geral, que tem o objetivo de mobilizar a sociedade piauiense em defesa das nossas riquezas e de nossas vidas.

Fazem parte das estratégias da campanha: articulação e mobilização das várias forças de enfrentamento ao processo em curso no Estado; identificação e monitoramento das áreas de conflito; monitoramento e denúncia da atuação das instituições dos poderes  administrativo, legislativo e judiciário que executa o processo de violação do patrimônio piauiense.

A campanha em defesa das terras, das águas e dos povos do Piauí é a expressão ativa e viva da sociedade que denuncia:
1.                                           A ação criminosa do governo piauiense que vende suas terras, licencia grandes projetos que violam direitos das populações e  degrada o meio ambiente;
2.                                           A ação criminosa do governo federal que financia a degradação ambiental e violação de direitos humanos sob o rótulo de “aceleração do crescimento”;
3.                                           A omissão de instituições de controle social e fiscalização que não fiscalizam e se fiscalizam não atuam para proteger o meio ambiente e as populações;
4.                                           A colaboração do poder judiciário no ataque ao direito das populações ao anuir com as baixas indenizações em forma de decisões judiciais.

Diante dessas denúncias, a sociedade piauiense exige dos poderes públicos e os devidos órgãos competentes, a garantia dos direitos das famílias atingidas:

1.      Levantamento imediato, minucioso e real, de todas as comunidades e famílias atingidas pelos projetos de barragens, mineração, transnordestina, transcerrados e as monoculturas de soja, cana-de-açúcar e plantio de eucalipto;
2.      Justa indenização dos reais valores correspondentes aos bens das famílias atingidas;
3.      Áreas de terras apropriadas e em condições adequadas para assentamentos de moradias e para a produção da agricultura familiar;
4.      Implantação de uma Política Ambiental, que preserve o meio ambiente, a cultura dos povos tradicionais e a biodiversidade.
E conclama a população piauiense, brasileira e internacional para engrossar a luta em defesa das terras, das águas e do povo piauiense, maranhense, cearense, de todos os Estados brasileiros e mundial.

sábado, 5 de novembro de 2011

A partir do dia 8 de novembro, vote SIM no Plebiscito Nacional pelos 10% do PIB para a Educação Pública Já, no Piaui!

No Piaui, o lançamento do Plebiscito Nacional sobre o investimento de 10% do Produto Interno Bruto para a Educação Pública, Já acontecerá no dia 8 de novembro, às 9h, no auditório do Ministério Público Estadual (Prédio do Procon), durante audiência pública que discutirá o orçamento da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e os problemas estruturais da Instituição. A consulta à população terá duas perguntas. A primeira é a nacional, comum a todos os estados brasileiros: "Você é a favor do investimento de 10% do PIB na Educação Pública, já?". A outra questão diz respeito à Universidade Estadual do Piauí: "Você é a favor do investimento de 5% do orçamento estadual na Uespi, já?" O resultado da votação será encaminhado ao Congresso Nacional, Assembleia Legislativa e governos federal e estadual.

Esse escolha foi estratégica por que a UESPI, mais que qualquer outra, reflete a situação de extremo sucateamento e a precarização das universidades públicas brasileira.

A partir do dia 8, vamos às nossas universidades, escolas, praças e locais de trabalho votar SIM por mais investimento na Educação. Vamos participar e ORGANIZAR esse grande plebiscito popular, que mostrará ao Governo Federal brasileiro que o Brasil precisa de mais verbas para a educação.



Mais informações: 
Daniel Solon - (86) 9976-1400
Deborah Cavalcante - (86) 8809 3090
Luan Matheus - (86) 9803-9275
Marcos Fernandes - (86) 9991-6642
Leonardo Maia: - (86) 9963-7463
Visite o blog da campanha:
www.dezporcentoja.blogspot.com


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Breve conto de uma noite sem fim


– Nada mais a acrescentar, disse o velho de calças largas, barbudo e olhos claros. A moça, de pijamas cor de rosa e olhar vazio, tinha os braços lado a lado do seu tronco e os ombros caídos. Ela estava posta frente àquele homem que jamais tivera visto antes, ainda assim insistiu:
– Tem certeza que não viu ninguém com essas características?
O velho toma a foto em suas mãos. Passa alguns minutos em silêncio, minutos de tortura sem tamanho para o coração da pobre jovem de pijama cor de rosa, até que enfim, ele resolvesse falar:
– Ele não tem cara de bom sujeito, te roubou alguma coisa?
– Sim, reponde a moça, com uma voz apática: nem triste, nem feliz. Apenas apática.
Os dois parecem paira sob um nebuloso espectro de espera da resposta, como se um estivesse esperando o outro falar e o outro estivesse esperando um falar. Assim se passaram três longos minutos, até que:
– Você o viu? Pergunta a moça mais uma vez.
– Não tem medo que eu lhe faça o mesmo mal que ele fez? Disse o velho, se levantado do canto escuro onde estava sentado, com um olhar não tão confiável.
– O que ele me fez, ninguém mais é capaz de fazer, disse a moça ao tempo que dava as costas para velho barbudo e, sem mais nada a acrescentar, sumiu na escuridão!
­­– O que ele lhe roubou? Grita o velho. Mas nenhuma resposta ecoa da escuridão. O velho aguardou alguns minutos. Olhou três ou quatro vezes para o caminho que a jovem tinha seguido, deu os ombros, e sentou novamente no seu canto. O velho dormiu, por alguns minutos, ate que, assustado, acorda com um som de histeria e gritos de desespero. Depois de algum tempo tentando entender os gritos, ele desiste e volta ao canto onde dormia.
- minha vida. Diz uma voz rouca, sem expressão!
O velho levanta, arrepiado dos pés a cabeça, olhos esbuguelados, sobrancelhas levantadas, boca entreaberta, e punhos cerrados, como quem fosse a uma briga de vale-tudo.
- minha vida. A voz repete mais uma vez.
O velho não estava entendendo nada, deu círculos e círculos no local, mas não conseguiu ver ninguém em volta.
- esta ai resposta que queria. Diz a voz com tom de despedida.

"O primeiro senso é a fuga! bom, na verdade é o MEDO, daí então a fuga!" [TM]
Quado pareceu acabar, a noite teve prosseguimento. E o fim agora não chegava, so desalento o tormento! E o Medo!